20 setembro, 2007

Na Mão



Sentado estou diante de minha sina,
Vendo horas que se passam sem rima,
Sem trova, com aquela não oferecida rosa
Que ficou pra depois, e esqueceu a graça
Que nem o ar dado foi de prece.
Quem sabe reza da imperfeição dessa pressa.
E sem esta me deixa às avessas.
Sem cheiro ou beijo, sem roça ou troça,
Deixa-me apenas a uma veste que não tira...
Que não veste...
Deixa perdida a rima da própria poesia.
Ao léu deixada num granel nenhuma grama.
Fica sem cheiro o bordel sem a dama,
Fica sem cama a nobreza sem uma puta,
E sem pauta fica minha mal composta peça.
Na ausência da escrita desta tua testa,
Que só me atesta o quanto foge da vida,
Quando a palavra decidida é o sexo da tua grutinha,
Será a mulher perdida pra uma garotinha...
Será a vontade desta puta a minha cornuta...
Será a minha duvida a minha fadiga...
Quando será que teu umbigo encosta o meu outra vez.
Já não quero mais da minha mão tua substituta,
Espero que com poesia conteste...
E me deixe feliz sem tua peste, da fuga.
Já neste drama procuro outra que te jogue fora...
Que me deixe à cama...
E diga que me ama...
Com palavras fartas e boca cheia,
Fale de amar um homem que a mereça.
Faça por, e seja por. Numa noite sem ceia.
Pense mais uma vez amor, vem e te deleita...
Me faça pensar, outra vez quero te ver gozar...
Me diz sem pudor putarias, cheias de amor.
Me faz querer não me deixar te fazer sofrer.
Me faz amor, não mais que eu puder,
Não menos que eu querer...
E frio me deixa,
Nesta queixa,
Assim como diz a musica.
Assim, com o raiar do novo dia...