08 junho, 2007

A esperança...

Às vezes me sinto um menino...
Mas adeus eu digo, pois homem é estado de espírito,
E sem vota eu praguejo aos ventos,
Que me levam sem pressa ao final de meu tempo.
Onde me aguarda a morte para em teus braços me embalar,
Onde o dragão guerreiro que voou vai bailar,
Enquanto pessoas sem nome estão ao meu corpo embalsamar.
E eu vagando a esmo sem realmente querer,
Sem saber que, entes me chamam, querido.
Enquanto meu corpo túrgido e rígido,
Desce a ponto de meio metro.
Para então lhe cobrirem de concreto
A mão calejada do homem com a pá.
E no escuro desse fundo,
Sinto a me comerem, os vermes.
Sem dó, nem piedade,
Quem sabe. Eu ainda sinta saudade,
De meus dias vivos em alegria.
Quem sabe ainda sinta tristeza,
Minha esposa só em agonia.
Não chore mulher!
Pois ainda lhe será vindo o dia...
E lá seremos felizes...
E viveremos em nosso lar...

Alexandre Guimarães