Penso a caminhar numa pequena rua
E naquele simples olhar pro céu
Vejo novamente descortinado o véu
Que antes te encobria ao léu
Permitindo-me te ver nua
Deitada nesta bruma
Que agora despacha
Com seu sopro de alegria
Pra amarela campina
Onde rega as flores
Com estes amores
Daquelas noites passadas
Daqueles dias amados
Daquele corpo penetrado
Daquela sensação faceira
Daquela noite primeira
Plena e derradeira
De gozo e de paixão
Sinto falta dessa lua ainda
Que me ama numa cadência
Que vem sem prudência
Atrás do corpo que deseja
E sem medo me possui
Sem volta já partiu
Noutro sol se ilumina
Esta face tão singela
Tão cheia de amor
Ainda guarda rancor
De seu agressor
E perde as estribeiras
Nestas novas brincadeiras
Deixe de lado ó lua
Esta dor tão tua
E venha comigo te deleitar
Na arte deste gozar
Neste vago altar
Onde te propus deixar
A dor sofrida na amargura
O controle desta ditadura
E a tristeza de teu véu
Vem comigo
Viver este amigo
Que deseja contigo
Que agora se mostra
E no fim desta trova
Deita-te um simples beijo
Mais uma vez Lua
Dedico a você meu apreço
Sei que não te mereço
Mas desejo assim mesmo
Simplesmente te amar.