10 julho, 2007

Acabou?!

Perdoem –me a falta de tempo
Sabe que hoje tudo corre
Sabe que o tempo não anda mais como antes
Sabe que tempo é raridade

Trabalho hoje é seriedade
Trabalho hoje e vaidade
Trabalho hoje é raridade
Não desperdice o trabalho

Dinheiro hoje é sério
Dinheiro hoje é necessário
Dinheiro hoje é cash
Dinheiro é dinheiro

Pesa bem...
Pensa bem...
Pisa bem...
Sofre também...

Mais uma vez a inspiração
Faz gritar
Faz soar o brado
Deste bardo que diz:

Trabalhar pra ganhar dinheiro é o que fiz!

Se o dinheiro não deu? Foi por um triz!
Vê se da próxima vez arruma aqué mis
Pru quê vosmice num quis...

Vê se vai trabalhar ô vagabundo!!!
E se arrumar um tempinho:
Escreve no papel esse tempo imundo....

Morte morrida...


Passei muitos dias em minha finda agonia,
Pensei muito todos esses dias,
Pensei muito.
Pensei...

Passei todos os dias em minha profunda perda,
Pisei muitas pessoas em minha jornada,
Quebrei muito minha passada
Mudando o rumo todos os dias,
Mas chega logo àquela hora
Pensamos logo que não dá,
Mas nesta perdida lógica,
Retórica já respondida.
Ainda me encontro com a pá.
Ainda tenho meu fundo
Como a cabeça entregue a forca,
A guilhotina se eleva...
Mas deixa pender o peso.

Que gira a incondicional catraca.
Que dá vida a roda dentada.
Que me devora todo o dia.
Que não perde nunca os dentes.
Que me leva sempre parentes.
Que me deixa sempre tão só...

Mas para quem devo pedir...
Como a minha alma deve agir?
Meu desejo, ser apenas mais um imortal...
Tenho de registrar minha passagem...
Mas tenho também de enfrentar a verdade...

Não mais do que sou, se não, ninguém.
Não tenho direito, nem medidas...
Não tenho amores, nem filhos...
Não tenho esperança...
Não tenho mais força...
Não posso mais lutar...
Não posso falar...
Não quero...
Não!

Fenece a vida em alma partida
Fenece o amor numa despedida
Fenece a alegria neste pranto
Fenece meu ser neste canto
Fenece em marcas nesta face
Fenece o grilhão da minha arte
Fenece o cão que a meia noite late
Fenece como tudo nesta vida
Fenece...